22 de outubro de 2011

Amplidão e início onde gaivotas matinais riscam...

Icaraí, sonho de Deus


Ricardo Augusto dos Anjos

Icaraí certamente nasceu de um sonho
de Deus, no Dia do Descanso.
Um sonho em que Ele descobriu as cores
e as colou no céu, no mar e na praia,
iluminando-as com o Sol
para que todos sentissem a maravilha.
E por ser sonho, permanece
-- essência do divino que há em nós
e nos atrai, inconscientes
                      --  dourado perfume em pleno azul.

Icaraí,
                  ação e memória do que se ama
                      em corpo e água, num mergulho
                  que limpa, que redime as angústias
                  do vivido e espraia sorrisos na areia.
 
Olhar a paisagem em torno
e surpreender-se outro: marujo
na aventura do Distante,
com o peito tatuado de adeuses
e o sal na boca
                        a lembrar o peixe e sua hora.

Icaraí,
                    amplidão e início
onde gaivotas matinais riscam,
                                                            na mágica do vôo,
o destino desta angra verdeazul
que não se esgotará nunca
ao consumo dos banhistas
por mais insaciáveis que sejam de infinito.
         
        (Este poema obteve o 1º lugar no concurso  literário da Semana de Icaraí-72 em Niterói)
                                         

3 comentários:

  1. Justo o primeiro lugar, um poema belísssimo.
    Filipa Saanan

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  2. Grandioso poema! Quanta inspiração! Ricardo Augusto dos Anjos, que bom te reencontrar aqui nesse blog. Estou muito feliz e gostaria de me corresponder com você. Um grande abraço de sua admiradora de Barbacena MG. Débora Soares.
    deboraap2007@hotmail.com

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